quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lei livra crianças de palmadas e beliscões


Especialistas aprovam o formato da lei encaminhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Congresso Nacional. O texto fortalece o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel.

Para a coordenadora do curso de Pedagogia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), Maria Stela Santos Graciani não é o castigo que ajuda na constituição da personalidade da criança e do adolescente. "É necessário que os adultos tenham a prática do diálogo, assim como os professores saibam exigir o respeito verbal de seus alunos. Agressão nunca ajudará", comenta.

"O que está em jogo com essa lei que complementa o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) são questões culturais e preventivas, nas quais os governos terão de se comprometer com ações educativas", explicou a subsecretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira.

Para iniciar a implementação da nova cultura, o governo federal lançará em breve a campanha Não bata, eduque, em parceria com 200 entidades.

A psiquiatra do ambulatório da Criança e do Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)Ana Carolina Coelho Milani explica que a atitude de dar uma palmada no filho é uma maneira que apenas serve para acalmar os pais. "Bater não ajuda a educar. Os traumas das crianças que apanham fazem com que elas sejam agressivas com outras crianças e se tornem adultos com a mesma filosofia errada com seus filhos", alertou a psiquiatra.

Um dos desafios para os precursores dos trabalhos com crianças e adolescentes é conseguir que os casos de espancamento sejam divulgados nos conselhos tutelares e centros de atenção municipais rapidamente, para que os trabalhos de orientação familiar consigam combater a má prática.

"Quando um adulto dá uma palmada numa criança, dá autorização para que ela resolva com seu amigo no tapa", finalizou a representante do governo federal.

Essa lei veio para estimular entre pais e filhos, uma boa conversa, com uma dose de paciência, para substituir a 'palmada'... Mas será que uma lei vai por limites na educação dos filhos?

Creio eu, que existe uma confusão entre palmadas, corrigir mal-feitos e agressão física e mental... Sei que essa lei tem as melhores das intenções, porém,devemos levar em conta sempre: o ambiente familiar em que essa criança está inserida, o padrão social dessa família e o convívio social das pessoas dessa família.

Estive assistindo o programa "Mais Você" de Ana Maria Braga, onde a mesma levou um casal com dois filhos ao programa para debater sobre essa nova lei, enquanto outro repórter estava numa academia entrevistando pais e mães que vão malhar e deixam seus filhos numa sala como uma brinquedoteca.

Sabe o que vi em comum nessas situações? O ótimo padrão social dessas famílias, os entrevistados deram aquela visão de que seus filhos são bonzinhos e que não precisam de palmadas! Que educam através de um método chamado 1,2,3...

Fiquei imaginando com essa reportagem seria apresentada de uma família humilde, onde as crianças pela manhã (às vezes) só tem o pão e o café e como o almoço a merenda da escola e de lazer a rua mal pavimentada com esgotos ao céu aberto...

Será que alguém teria coragem de ir até uma família nessas condições, para avaliá-la dentro deste contexto social e saber o que esses pais pensam a respeito dessa lei contra a palmada?
Não afirmo aqui, que pobreza é sinônimo de palmadas ou agressões ou que qualquer família menos favorecida na sociedade têm direito de bater, espancar ou agredir seus filhos.
O que gostaria de saber se as opiniões se diferem a partir de um contexto social diferente... Onde a realidade é outra coisa...

Um comentário:

  1. Ninguem com juízo diria abertamente que palmadas são paliativos ou mesmo "remédio" para crianças no minimo desobidientes.
    O que me preocupa é a interferencia e a intromissão do estado na vida particular, privada das familias.Óbvio que a volencia não é admissivel em nenhuma circunstancia mas hoje os pais estão tão perdidos...Hoje se os pais vacilam ,apanham dos filhos.
    Walquiria Lobo

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